Inserção do negro no mercado de trabalho é o tema do Encontro com Gabrielli
Os negros representavam, no ano passado, 90% da população em idade ativa e da população economicamente ativa, segundo dados da Pesquisa de Emprego e Desemprego da Região Metropolitana de Salvador. O cenário, semelhante em toda a Bahia, mostra que, apesar da população negra ser a esmagadora maioria no mercado de trabalho do estado, ela continua encontrando dificuldades. A inserção do negro no mercado de trabalho na Bahia é abordada esta semana no programa Encontro com Gabrielli, que está disponível para download no site www.facebook.com/encontrocomgabrielli.
Na semana passada, no dia 20 de novembro, foi comemorado o Dia da Consciência Negra. Apesar de haver dados negativos, que mostram, por exemplo, que 53% dos desempregados são negros e, em especial, mulheres, há boas notícias. Uma delas é que a política de cotas nas universidades, que agora é lei, vem trazendo resultados positivos.
“Em todo o país, as vagas de supervisão e gerência, que tradicionalmente necessitam de nível superior, tiveram aumento na participação dos negros”, observa o economista e secretário do Planejamento José Sergio Gabrielli. Atualmente, 25,6% dos cargos de supervisão e 13,2% dos cargos de gerência são ocupados por negros. “Isso já é uma conquista, pois há dez anos estes números eram irrisórios”, diz Gabrielli.
Contudo, se por um lado observa-se uma maior inserção do negro no mercado de trabalho, por outro verifica-se que eles têm remunerações mais baixas. Enquanto os negros recebem em média um salário de aproximadamente R$ 1 mil, os não-negros ganham cerca de R$ 1,6 mil. Essa diferença de 60%, entretanto, vem se reduzindo. Em 2010, um homem negro recebia o equivalente a 52,3% do salário do não-negro, percentual que subiu para 61,3%, em 2011. Para as mulheres negras, essa proporção passou de 43,9% para 51%.
Outra boa notícia, lembra Gabrielli, é que no ano do 2011, em termos absolutos, aumentou a ocupação entre os negros no setor privado com carteira de trabalho assinada. “Ao observar esse estudo, nós percebemos que a luta contra a desigualdade e a discriminação racial provocou melhoras de diversos indicadores. Porém as desigualdades ainda persistem e são muito grandes, o que sinaliza que os desafios sociais são imensos e ainda precisam ser vencidos”, alerta o secretário.